segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Uma tragédia anunciada ou inesperada?


Acompanhei os comentários do Supervisor da CBDA ,bem como os dos professores Silvio e Quito além do árbitro Edmundo.
Ao término da partida ,conversei com os árbitros e expus a seguinte colocação: “Vocês não tiveram outra alternativa para seguirem com a partida até o seu fim, fizeram as intervenções disciplinares necessárias ,porém poderia ter sido menos contundente se ambos tivessem começado a intervenção um pouco antes(concordo que faltou um amarelo de advertência)”
Contudo não vejo por esta perspectiva o ocorrido neste jogo. Ao que me parece é que envolvidos no jogo preferem se afastar do ponto de vista e escolhendo assim a melhor maneira de visualizar o problema ( para quem não conhece perspectiva ,quando mudamos o foco o objeto visualizado passa ser visto de forma diferente)
A minha visão dos acontecimentos do último sábado estavam bem claras, a partir do momento em que as equipes faziam o seu aquecimento em ritmo de descontração total para o jogo, e principalmente, quando os jogadores se perfilaram para a apresentação.
O que vi começou a delinear o que viria por acontecer. Cinturas bem acentuadas de jogadores que frequentaram recentemente as seleções Brasileiras (sênior e junior)demostrando  com  isso que, me desculpe o Silvio,  que esta colocação de se fazer campeonatos longos ao invés dos curtos fariam  com que os jogadores treinassem  mais ,não estava representando  pela realidade.
Calculei que somente teríamos jogo até o segundo quarto  ,e foi o que aconteceu, e a partir daí o que vimos foi a arte tentando superar a falta de preparo para suportar mais dois quartos. Quando cito a arte, não cito a arte da técnica ,mas sim a arte teatral com todos os requintes da dramaturgia. Aprendi com os anos arbitrando que quanto menos técnica e condição física mais teatro acontece.
Era visível assistir a jogadores que sem condições de se manterem atuando, mas que ainda por fazerem falta as suas equipes caso estivessem no banco , eram mantidos na agua até começarem as simulações levando com isso o foco para o objeto arbitragem, o que se torna uma constância neste polo aquático.
Agora apesar de não concordar com o Sílvio em sua afirmação de que as perguntas são mais importantes do que as respostas, faço a seguinte indagação: Como se comportam os técnicos e auxiliares nesta situação ? Pelo que temos visto preferem acompanhar os seus atletas e entrarem em uma Cruzada (contra os infiéis árbitros) para tentarem  mante-se ou retomar o que lhes acham de direito.
Para finalizar, e como gosto sempre de citar algum exemplo positivo, em 2003 na primeira Super Final da Liga Mundial- Nova York, e que tive o prazer de atuar como árbitro neutro, participei de uma situação constrangedora.
O Chair do TWPC da FINA ,Sr  Lonzy em reunião com todos os representantes  da equipes envolvidas ,se não me falha a memória, Hungria, Grecia, Servia/Montenegro ,Holanda, EUA, ao tentar explicar de como seria a forma de arbitragem na competição, foi interrompido pelo dirigente da Hungria que ao se levantar da mesa de forma repentina se explicou : A forma que os Srs decidirem como apitar não interessa ,viemos aqui para jogar com qualquer regra,e com qualquer árbitro escalado que for determinado... Foi embora e obviamente a Hungria foi campeã!
Abs
Roberto Cabral
Coordenador de Arbitragem –CBDA
Chair UANA TWPC

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